Lucidez…
Conversas entre mães sempre resultam em temas que envolvem sinceridade e muita clareza! Conversei com uma mãe que estava se sentindo um nada, um zero à esquerda, no íntimo de seu coração. Pensando nela e em tantas outras percebi que ser mãe é algo sublime e triste; delicado e agressivo, mas cheio de um amor incondicional!
Sim, que horrível deve ter sido, para ela, ter a sensação de ser pesada para o filho que ela educou, como mãe e pai! Ali houve uma dualidade; ela exerceu as duas funções!
Deve ter sido triste ter que aceitar o envelhecimento, quando não se mediu esforços e renúncias na tentativa de proteger… Que tristeza deve estar no coração dela ao me dizer que seu filho se disse cansado dela… Segundo me foi dito, ele entendeu que no passado já fez demais por ela! Será que ela lhe pediu ou exigiu algo demasiado? Ela nunca lhe exigira nada e se sentiu diminuída ao ter de ouvir dele que era tolerada! Que entendimento torto deste filho que vê na interação entre ambos, uma usurpação e não uma troca!
Cordialmente, ela se silenciou frente a impaciência e a falta de respeito, diante do passado que ela julgara bom e que, para o filho, objeto de seu amor, não o foi! Acreditem; a culpa não coube a ela! Bom seria, se ele pudesse se lembrar dos muitos feitos desde os longos meses de espera na gestação, de toda a dedicação e demonstrações de afeto expressos, por ela. Gestos que o fariam enxergar que não precisariam pedidos insignificantes dela, para afetá-lo; ele deveria lhe fazer ofertas voluntárias! Ser mãe para esta mulher foi ter jornadas duplas nas atitudes, nas renúncias, nas escolhas e decisões, na difícil opção de silenciar conflitos e fragilidades! Onde estaria o pai?
Todos temos uma maneira diferente de pensar, assimilar e acomodar as coisas. Cada história de mãe traz em si, a busca e o desejo de ser apenas vitoriosa! Todas nós carregamos na bagagem mais acertos que erros. Entretanto, somos feitas de barro e as verdades alheias e de nossas maravilhosas filhos costumam ser diferentes! Graças a Deus, por isto, pois é no começar a se evidenciar a nossa inutilidade que alguns ou muitos filhos demonstram a ingrata degradação e o medo de uma possível dependência. Esta mãe não depende deste filho! Ela entendeu que, o que lhe era oferecido, era o retorno amável, de tudo que ela lhe oferecera, pela vida afora…
Algumas famílias carregam feridas e é na falta de lógica do não tratamento que elas criam cascas que não querem se cicatrizar! O absurdo acontece quando o filho adulto se acha inteiro e não percebe que as suas feridas precisam ser tratadas! E aí, por causa das inflamadas dores que ele fere, indevidamente e de maneira intrínseca… Bom seria poder ajudar na cura, assim como lhe foi ensinado a caminhada, o alimentar, a nomenclatura de objetos à vista. Assim, no tempo certo, o necessário cuidado chegaria sem ser peso ou sinônimo de contrariedades! Uma mãe lúcida e capaz, se sente mal ao perceber-se menos do que deveria ser! Não há como intervir na dor mal curada do filho que se acha pronto, independente e não curou o profundo do profundo de seu coração! Mesmo assim, a mãe ainda lúcida anda mais uma milha e se oferece solícita! Estende, também, a outra face e entrega a capa, na expectativa de ajudar. Ela carrega a esperança de que, enquanto houver vida e tempo, a ferida se feche e ela veja o seu filho curado e agradecido!
Regina.
Para você, minha querida Caticó!
This post has already been read 1092 times!
Que homenagem mais Linda. E a vida né Gi? Acomodando o coração e me aquietando ,tenho me sentido bem melhor tudo.Obrigada querida, por se importar tanto comigo
TE AMOOOOOOO!!!!??????
Ei, Norma!
Que bom foi ver o seu comentário no meu blog.
Você merece o melhor desta Terra. Deus sonda o seu coração e o conhece tão bem!
Eu a amo, também; muito!
Beijo meu.